segunda-feira, 1 de junho de 2009

Colegas?Amigos?


Muito se fala de amizade, muitas são as definições que enchem as páginas dos livros e internet. Falar de amizade é um lugar comum, fala-se dela como uma coisa vulgar e demasiado linear, como se acontecesse a cada momento de vida.
Às vezes, e puxando ao meu lado racional, ponho-me a pensar nas pessoas, na importância das relações. Considero-me uma pessoa sociável, nunca fui companheira do silêncio, aprecio uma boa conversa e o som de uma gargalhada. Gosto do barulho da cidade, inundada de gente, mas, e apesar de me considerar uma pessoa aberta a novas amizades, acho que amigos conto-os pelos dedos, e o esforço de o fazer não é desumano – não o faço porque, por vezes, gosto de ser politicamente correta.
Até entrar na faculdade, e enquanto muleca que era, e como a maioria, frequentei um colégio. Desses tempos guardo recordações felizes, de uma infância nem tão feliz, e a memória de pessoas que disse serem amigos para a vida quando chegou a hora da despedida. A verdade é que o tempo passou e hoje são poucos os que mantenho contato, e melhor assim, pois, mesmo com esses, é um contato superficial, quase de boa educação. O assunto não chega, a vontade de não partilhar intimidades é recíproca e sinto que naturalmente já não faço mais parte da vida deles, nem eles da minha..........ufa! (porque também, nem daria mais). Somos apenas recordações felizes que acabarão inevitavelmente sendo esquecidas. Chego à conclusão que éramos demasiado novos, que era um companheirismo de crianças que, ao ser quebrado, acabou, simplesmente acabou.
Mas a faculdade chegou, e com ela chegaram novos colegas, "amigos"??? iiii nao sei a nomenclatura exata para alguns. E, agora que os tempos dessa turma estão quase a ficar para trás das costas, mais uma vez acredito que estes sim, serão para a vida. Com eles cresci imensamente. Sou uma pessoa diferente, que se foi mutando nestes quase quatro anos (e ainda falta + 1). Com eles partilhei alguns dos momentos mais felizes da minha vida – e tenho a certeza que estes serão realmente inesquecíveis. Fomos, e somos muito felizes juntos. Mas a vida também já me ensinou que algumas coisas são efémeras e que poucas permanecem para sempre conosco. É por isso que não gosto de utilizar a palavra "amigo" em vão, não gosto. Os meus amigos, aqueles que sobreviverão à passagem do tempo, à distância, às vicissitudes da vida, são demasiado importantes para os colocar no patamar de meros conhecimentos.
Costumo dizer, em tom de brincadeira, que são os meus "casamentos" porque, efetivamente, só a morte separará o sentimento que nos une.

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