quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Resignar-se é solução?



Um dia da semana passada, ao final da noite, perto da casa da minha avó, numa pergunta casual a um velho amigo, "sabes alguma coisa da Monique? Há tanto tempo que não a vejo por aqui" .......... o coração ficou pequenino, tão apertadinho como poucas vezes me lembro de ter ficado. O que foi aquela resposta comparado com as minhas atuais dúvidas amorosas, não foi nada, foi a insignificância. Conheci a Monique quando éramos ainda duas meninas. Tínhamos dez, onze anos, no máximo. Da imagem infantil que guardo dela, recordo uma miúda pequena, muito pequenina, malandra que só, com um sorriso enorme, uma das pessoas mais bondosas que conheci. Era daquelas meninas que, mesmo quando crescem, conservam uma inocência infantil que lhes dá um encanto especial. A vida tratou de nos separar, apenas fisicamente, é certo. Seguimos caminhos diferentes, que nos roubaram o tempo precioso que poderíamos dedicar uma à outra. Contudo, e apesar da distância e do tempo, a nossa amizade permaneceu, resistente ao tempo e às nossas próprias mudanças. Naquele dia, quando o Daniel na sua ingenuidade de quem pensava que eu já sabia a notícia, comentou comigo que umas das personagens mais importantes na minha história de vida está a passar por um dos piores, senão o pior, momento da sua vida e que nós, os amigos, temos de compreender que um dia essa mesma vida pode sucumbir à vontade da doença. E diante disso, não sei como reagir. Fico apática, resignada, impotente... não sei. Não me consigo exprimir, numa rara vez faltam-me as palavras. Porquê?